A obra, que estreou nos cinemas portugueses, destaca-se pela sua abordagem sóbria e corajosa, procurando intervir no debate público sobre a dignidade na fase final da vida.

Baseado no livro homónimo do filósofo Régis Debray e do médico Claude Grange, o filme utiliza uma narrativa em mosaico, com episódios breves de vários pacientes e um diálogo central entre um escritor doente e o seu médico.

A crítica elogia a coragem de tratar a morte "sem subterfúgios melodramáticos", com uma câmara de olhar "quase documental" que ancora as questões filosóficas em rostos e vozes concretas.

No entanto, o filme é também alvo de críticas.

A sua estrutura episódica, por vezes, "diluiu a intensidade emocional", e a sua visão social é considerada idealizada, focando-se numa classe média-alta com acesso a cuidados de excelência, omitindo as dificuldades do sistema público e das classes mais baixas.

Outro ponto de análise é a postura "laica militante" de Costa-Gavras, que, segundo uma das críticas, limita a exploração das dimensões espiritual e religiosa do morrer, reduzindo-as a meras posições filosóficas e empurrando para fora de campo tudo o que transcende o "aqui e agora".