A obra, filmada na clandestinidade, aborda temas como a vingança, a memória e a repressão no Irão contemporâneo.
O filme narra a história de um homem, Eghbal, que, após um pequeno acidente de viação, é sequestrado por Vahid, um ex-prisioneiro político que acredita que Eghbal foi o seu torturador.
O enredo transforma-se numa tensa odisseia, na qual o raptor procura a confirmação da identidade do seu cativo junto de outras vítimas do regime. Esta premissa serve de base para uma profunda reflexão sobre a justiça e a moralidade, questionando se a vingança pode ser justificada e se é legítimo usar os mesmos métodos do opressor.
A obra é descrita como o filme mais intransigente e comprometido de Panahi, funcionando como uma farsa negra e uma crítica contundente ao regime de Teerão.
A estreia em Portugal foi acompanhada pela presença do próprio realizador, que promoveu o filme após ter estado 15 anos impedido de sair do Irão. Durante a sua visita, Panahi comentou a atualidade, lamentando a lei portuguesa de proibição do uso da burca, por discordar de qualquer forma de obrigação.













