Protagonizado pela aclamada atriz brasileira Betty Faria, o filme expõe a dor que veio depois da catástrofe.

A narrativa não se foca no fogo em si, que arde fora de plano, mas sim em quem vive depois dele.

Betty Faria interpreta uma mulher cega que, metaforicamente, “viu o inferno”, personificando a resiliência e a memória da tragédia.

O elenco conta ainda com Filomena Cautela no papel de uma médica e Ricardo Vidal como um sobrevivente com queimaduras. O filme é descrito como uma obra onde “se ouve tanto quanto se vê”, captando a gravidade e a morosidade dos adultos em contraste com o grito e a rebeldia dos adolescentes, sugerindo um diálogo intergeracional sobre o trauma e a sobrevivência.

Ao inspirar-se nos incêndios, Villaverde utiliza o cinema para falar de vidas que “nunca mais serão as mesmas”, transformando a dor de uma comunidade num poderoso ato cinematográfico. A estreia de “Justa” representa um momento significativo para o cinema português, ao confrontar uma das mais dolorosas memórias recentes do país através de uma lente autoral e profundamente humana.