Discovery por 83 mil milhões de dólares, uma das maiores operações no setor do entretenimento que gerou forte oposição por parte dos exibidores de cinema.

Este negócio monumental promete redefinir drasticamente o panorama de Hollywood.

A aquisição, classificada como um momento que irá “refazer de forma dramática o negócio do entretenimento”, coloca sob o controlo da Netflix um vasto catálogo que inclui franquias icónicas como “Harry Potter” e “Batman”, bem como o serviço de streaming HBO Max. A escala da operação é comparável à compra da Fox pela Disney em 2019, posicionando a Netflix como “o ator dominante de Hollywood”.

No entanto, o negócio gerou uma reação imediata e contundente da União Internacional de Cinemas (UIC), que expressou a sua “forte oposição”. A presidente executiva da UIC, Laura Houlgatte, alertou para um “risco a dobrar”, afirmando que “se um estúdio desaparece, isso inevitavelmente significa que os cinemas vão ter menos filmes para exibir”.

A preocupação é agravada pela perceção de que a Netflix, “quer nas suas palavras quer nas suas ações, (...) não acredita nos cinemas e no seu modelo de negócio”.

Phil Clapp, presidente do conselho de administração da UIC, apelou aos reguladores para que avaliem o “impacto profundamente danoso para a paisagem cultural da Europa”. Embora a Netflix tenha comunicado a intenção de manter os lançamentos em sala, o ceticismo da indústria da exibição permanece elevado, temendo uma redução drástica da oferta cinematográfica e o consequente encerramento de salas.