O filme promete expandir o universo de Pandora com uma narrativa mais sombria e um novo clã, mantendo a aposta na inovação tecnológica que define a franquia. Após anos de desenvolvimento e um orçamento elevado, James Cameron regressa a Pandora num momento crucial para a indústria cinematográfica, com o filme a ser visto simultaneamente como uma potencial salvação para as salas de cinema e um possível epílogo para a era dos blockbusters.

A narrativa assume um “tom mais sombrio”, centrando-se no luto da família de Jake Sully e na introdução de conflitos internos entre os próprios Na’vi.

A grande novidade é a apresentação do “Povo das Cinzas”, um clã vulcânico liderado pela guerreira Varang, interpretada por Oona Chaplin, que se mostra disposto a colaborar com os humanos.

Esta viragem introduz uma complexidade moral inédita na saga, que até agora se focava no confronto entre a pureza indígena e o colonialismo humano.

A crítica mostra-se dividida, recebendo o filme “entre aplausos e bocejos”, mas é unânime em reconhecer a sua superioridade técnica.

Com uma duração de 195 minutos, a obra mantém a aposta no espetáculo visual imersivo, especialmente em formatos como IMAX e 3D, que Cameron continua a defender como essenciais para a experiência cinematográfica. No entanto, levanta-se a questão sobre se a exuberância tecnológica e as inúmeras cenas de batalha são suficientes para sustentar o interesse do público e evitar uma sensação de fadiga narrativa, num debate que opõe a grandiosidade visual à densidade da história.