A obra, filmada a preto e branco e em francês, constitui uma sentida homenagem ao movimento cinematográfico que revolucionou a sétima arte nos anos 60.
Descrito como um “gesto de amor pelo cinema francês”, o filme de Linklater mergulha na Paris de 1959 para explorar o momento em que um grupo de jovens críticos da revista “Cahiers du Cinéma” decidiu que “filmar também podia ser um acto de insolência poética”.
Sendo o primeiro filme do realizador totalmente falado em francês, a obra adota uma estética rigorosa, recriando o formato clássico da época, a preto e branco, para capturar a atmosfera efervescente que deu origem ao cinema moderno.
O elenco conta com Guillaume Marbeck num retrato fiel de Godard, Zoey Deutch como Jean Seberg e Aubry Dullin no papel de Jean-Paul Belmondo.
Mais do que uma simples reconstituição histórica, Linklater procura capturar o espírito de liberdade e improvisação que definiram a Nouvelle Vague. O filme celebra a “ideia meio infantil, meio genial” de que as limitações de produção poderiam ser transformadas em força criativa.
A narrativa não ignora os egos, o caos e a arrogância que marcaram a rodagem, especialmente a de Godard, mas fá-lo com um humor e uma leveza que evitam a idolatria. Ao focar-se na “própria adolescência do cinema moderno”, Linklater oferece uma celebração de um tempo em que o cinema ganhou uma nova forma de respirar, lembrando, como refere um dos artigos, que foi preciso “um americano de Austin para nos lembrar o quanto devemos a esse bando de jovens franceses”.














