A sua narrativa explora o universo infantil como uma “reprodução do mundo real dos homens”, abordando temas como o bem e o mal, o amor e o ódio.

Na sua estreia, em 1942, a obra foi recebida com controvérsia, sendo considerada “imoral e subversiva” pelo regime salazarista.

Esta receção negativa teve consequências profundas na carreira do realizador, que, por causa dela, “teve de esperar quase vinte anos para voltar a fazer cinema”, com os seus projetos a serem sucessivamente recusados. O regresso de “Aniki-Bobó” às salas, precisamente 83 anos após a sua primeira exibição, não só permite redescobrir uma obra fundamental, mas também contextualizar a sua importância histórica e a coragem artística de Manoel de Oliveira, um cineasta que viveu mais de um século e acompanhou a própria história do cinema.