A reexibição é acompanhada por uma controversa experiência que utiliza inteligência artificial para medir as emoções do público. Considerado uma obra-prima do cinema, o filme de 1980 regressa ao grande ecrã num evento que combina a celebração de um legado com a introdução de uma tecnologia inovadora e, para alguns, invasiva.
A iniciativa, descrita como “pioneira”, utiliza o software CinEmotion, desenvolvido pela empresa portuguesa PluggebleAI, que recorre aos sensores dos smartphones dos espetadores para registar as suas reações emocionais em tempo real.
O objetivo declarado é identificar os momentos de maior impacto e, no final, oferecer um “sistema de recompensas personalizado”. No entanto, a recolha destes dados suscita questões de privacidade, uma vez que a informação será partilhada com “produtores, distribuidores e patrocinadores” para otimizar estratégias de publicidade e “melhorar a experiência em sala”. Esta abordagem transforma a exibição do filme numa espécie de estudo de mercado em tempo real, gerando debate sobre os limites da tecnologia no espaço do cinema. A experiência decorre nas salas IMAX do Colombo e CascaiShopping, oferecendo uma nova forma de interagir com o terror psicológico de Kubrick, mas levantando também um alerta sobre a crescente mercantilização da experiência do espectador.














