O restauro foi realizado pela Cinemateca Portuguesa e já teve um percurso de sucesso por festivais internacionais de renome. A nova cópia foi exibida no Festival de Veneza, num programa dedicado a obras-primas restauradas, e passou também pelos festivais de Toronto, San Sebastián e pela Mostra de São Paulo, antes de chegar agora ao circuito comercial nacional.

A distribuição, a cargo da Nitrato Filmes, levará o filme a salas em Lisboa (Nimas e Ideal), Porto (Cinema Trindade) e Coimbra (Casa do Cinema), com a possibilidade de alargar a exibição a outras cidades. Inspirado no conto "Meninos milionários" de Rodrigues de Freitas, o filme foi rodado na zona ribeirinha do Porto e protagonizado por um elenco infantil.

Na época da sua estreia, foi considerado "imoral e subversivo" pelo regime salazarista, o que contribuiu para que Oliveira ficasse quase duas décadas sem realizar outra longa-metragem.

Hoje, é visto como uma obra pioneira e um clássico indiscutível, que, como escreveu Manuel António Pina, retrata o universo infantil como uma "reprodução do mundo real dos homens", com as suas tensões entre o bem e o mal, o amor e o ódio.