O Programa Alimentar Mundial (PAM) reportou que "quase uma em cada três pessoas não come há vários dias" e que 90.000 mulheres e crianças necessitam de tratamento urgente para a desnutrição, descrevendo a crise como de "desespero sem precedentes". Mais de uma centena de organizações internacionais e palestinianas, incluindo os Médicos Sem Fronteiras e a Oxfam, afirmaram que a fome está a matar os 2,1 milhões de habitantes do enclave, criticando o sistema de distribuição de ajuda gerido por Israel e pelos EUA. O subsecretário-geral da ONU, Jorge Moreira da Silva, acusou Israel de uma "falta deliberada de vontade política", considerando a situação uma "violação clara do Direito Internacional humanitário". O fotojornalista Ahmed al-Arini, cuja fotografia de uma criança faminta chocou o mundo, relatou à Renascença que sentiu o dever de "mostrar o que a fome nos está a fazer", documentando a tragédia enquanto ele próprio passava fome. A crise moral foi também sublinhada pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, que criticou a falta de "humanidade" e "compaixão" perante o sofrimento palestiniano. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, já registou mais de 59.587 mortos, incluindo pelo menos 115 por fome ou desnutrição, números que refletem a gravidade da situação no terreno.
