Numa conferência de imprensa em Jerusalém, as duas ONG apresentaram relatórios que sustentam a acusação. Yuli Novak, diretora executiva da B'Tselem, afirmou que a realidade "não deixa outra alternativa senão reconhecer a verdade: Israel está a cometer genocídio contra os palestinianos da Faixa de Gaza". O relatório da sua organização, intitulado "O Nosso Genocídio", documenta declarações de altos responsáveis políticos e militares israelitas que apelam à destruição da sociedade palestiniana, bem como um "ataque coordenado a todos os aspetos da vida dos palestinianos". Por sua vez, a representante da Médicos pelos Direitos Humanos Israel, Daphna Shochat, sublinhou que "é especialmente importante chamar as coisas pelo nome", explicando que a análise da sua organização concluiu que as consequências médicas da ofensiva israelita cumprem os requisitos para serem consideradas genocídio, de acordo com a Convenção de Genebra. As organizações alertaram ainda que Israel está a replicar na Cisjordânia o que aprendeu em Gaza, embora em menor escala, e que existe o risco de o genocídio se propagar a toda a população palestiniana. Esta denúncia interna junta-se às de outras organizações como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, intensificando a pressão sobre a comunidade internacional.
