UE propõe suspender financiamento de investigação a Israel

A Comissão Europeia propôs a suspensão parcial da participação de Israel no programa de investigação e inovação Horizonte Europa, uma medida de pressão em resposta à grave crise humanitária em Gaza. A proposta, que visa afetar o desenvolvimento de tecnologias com potencial uso militar, representa uma das ações mais concretas de Bruxelas contra o seu parceiro israelita. A proposta surge após a constatação de que, apesar dos anúncios de pausas humanitárias por parte de Israel, "a situação continua severa". O objetivo é suspender o financiamento a 'start-ups' israelitas através do Conselho Europeu de Inovação, que faz parte do programa Horizonte Europa. Esta medida visa especificamente tecnologias que possam ter duplo uso, como sistemas de controlo de drones, mas salvaguarda que as universidades continuarão a receber financiamento. A decisão final requer o apoio de uma maioria qualificada dos Estados-membros da UE e enfrenta a provável oposição de países como Alemanha, Áustria, Hungria e República Checa. Israel, que aderiu ao Horizonte Europa em 2021 como país associado, repudiou a proposta. A discussão sobre a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel tem vindo a intensificar-se, e esta é a primeira ação concreta que Bruxelas propõe ao Conselho. O programa Horizonte Europa, com um orçamento de 95,5 mil milhões de euros para o período 2021-2027, é um dos mais prestigiados do mundo, e a exclusão, mesmo que parcial, representa uma significativa sanção diplomática e económica para Israel.

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Em resumo

A proposta da Comissão Europeia de suspender Israel de parte do programa Horizonte Europa sinaliza uma crescente impaciência em Bruxelas com a situação humanitária em Gaza, testando a unidade do bloco e a sua capacidade de usar alavancagem económica para influenciar a política israelita.