Esta movimentação diplomática representa uma mudança significativa na abordagem ao conflito israelo-palestiniano e visa pressionar por uma solução de dois Estados. A crescente onda de apoio ao reconhecimento do Estado da Palestina reflete uma mudança na diplomacia ocidental, impulsionada pela "evolução altamente preocupante do conflito" em Gaza.
Países como França, Reino Unido e Canadá anunciaram que pretendem formalizar o reconhecimento em setembro, um passo que Israel condena como uma "recompensa ao Hamas pelo seu terrorismo".
O Governo português, alinhado com esta tendência, iniciará um processo de auscultação ao Presidente da República e aos partidos políticos para "considerar efetuar o reconhecimento". Esta decisão surge após a participação de Portugal numa conferência da ONU que resultou na "Declaração de Nova Iorque", um plano que visa uma Palestina independente e desmilitarizada.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, indicou que as condições exigidas por Portugal, como a condenação do Hamas e o compromisso com eleições por parte da Autoridade Palestiniana, parecem estar a ser cumpridas.
A reação em Portugal é mista: o PS considera a decisão "tardia", enquanto o BE e o PCP urgem por um reconhecimento imediato e sanções a Israel.
Partidos como o Chega e a IL defendem uma abordagem multilateral e consensual a nível europeu.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu de forma hostil, ameaçando o Canadá com dificuldades comerciais e afirmando que o reconhecimento "não está no seu campo". Esta movimentação diplomática, embora largamente simbólica, aumenta a pressão sobre Israel e isola a posição dos EUA, que ficariam como o único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU a não reconhecer a Palestina.