Esta movimentação diplomática, alinhada com outros países europeus, gerou reações fortes e opostas por parte dos representantes de Israel e da Palestina em Lisboa. A possibilidade de Portugal se juntar aos 142 países que já reconhecem o Estado palestiniano foi recebida com entusiasmo pela embaixadora da Palestina, Rawan Suleiman, que considerou a iniciativa "muito importante e corajosa" e parte de um "consenso global".
Segundo a diplomata, esta ação representa uma passagem "da fase das declarações para as ações", pressionando Israel a cessar a agressão e a permitir um horizonte político para a paz.
A central sindical UGT também manifestou o seu apoio, exigindo o reconhecimento imediato.
Em contrapartida, o embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, condenou veementemente a intenção do governo luso, classificando-a como um "erro" e um "prémio para o terrorismo".
O diplomata argumentou que tal ato legitimaria o Hamas.
A decisão portuguesa surge na sequência de anúncios semelhantes por parte de França, Reino Unido e Canadá, indicando uma mudança na postura de vários países ocidentais. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, esclareceu que o reconhecimento só acontecerá de forma concertada com outros países e mediante o cumprimento de certas condições e garantias por parte da Autoridade Palestiniana.
O debate em Portugal reflete a complexidade da questão, com comentadores a questionarem o interesse nacional na decisão e se esta poderia prolongar a guerra, com alguns a sugerirem que o Hamas se sentiu "empoderado" por estes anúncios.