Ataques mortais junto a pontos de distribuição e o debate sobre a eficácia dos lançamentos aéreos evidenciam a profundidade da crise. Recentemente, Israel anunciou um mecanismo para permitir a entrada “gradual e controlada” de mercadorias do setor privado em Gaza, com o objetivo de “reduzir a dependência da recolha de ajuda por parte da ONU”. No entanto, esta medida contrasta com a realidade no terreno, onde mais de 22 mil camiões de ajuda humanitária continuam bloqueados nas fronteiras.
A ONU estima que seriam necessários pelo menos 600 camiões por dia para suprir as necessidades da população.
A situação é agravada pela violência nos pontos de distribuição.
A 3 de agosto, pelo menos 23 palestinianos foram mortos a tiro enquanto procuravam alimentos.
Um funcionário do Crescente Vermelho Palestiniano também foi morto num ataque israelita à sede da organização em Khan Younis.
Israel e vários países aliados têm recorrido a lançamentos aéreos de alimentos, mas agências como a UNRWA consideram este método “caro, ineficaz e insuficiente”, além de perigoso para a população.
O Hamas, por sua vez, condiciona a visita da Cruz Vermelha aos reféns à abertura permanente de corredores humanitários, numa clara instrumentalização da ajuda por ambas as partes.