Esta estratégia encontrou forte resistência no seio das Forças de Defesa de Israel (FDI).
O chefe do Estado-Maior, Eyal Zamir, manifestou oposição ao plano, temendo que uma ofensiva em locais com reféns possa levar à sua execução por parte das milícias palestinianas, um cenário que já terá ocorrido em agosto de 2024. A tensão entre o poder político e a liderança militar ficou evidente com o adiamento de uma reunião do gabinete de segurança e com fontes governamentais a sugerirem que, se o chefe militar “não concordar, deverá demitir-se”.
O ministro da Defesa, Israel Katz, reforçou a posição do governo, afirmando que, após as decisões políticas serem tomadas, “o exército as executará com determinação e profissionalismo”. A controvérsia estende-se a antigos altos funcionários, com cerca de 600 ex-dirigentes da Mossad, Shin Bet e do exército a assinarem uma carta aberta onde acusam o governo de prolongar a guerra por “motivos políticos” e apelam ao fim do conflito, afirmando que Israel está “à beira do precipício da derrota”. Comentadores como Rui Cardoso descrevem a manobra de Netanyahu como uma “fuga para a frente” que o levará “direito ao precipício ou a uma parede”.