O governo português anunciou que irá ouvir o Presidente da República e os partidos sobre um possível reconhecimento em setembro, uma medida que se seguiria a países como França, Canadá e Reino Unido, que também consideram dar este passo. A embaixadora da Palestina em Portugal, Rawan Sulaiman, vê esta movimentação como um passo crucial, afirmando que o reconhecimento é “um não ao assassínio, ao genocídio, à ocupação” e o início de uma “solução política”.
No entanto, a iniciativa enfrenta forte oposição.
Israel e os Estados Unidos reagiram com “indignação” aos anúncios, e o Hamas, por sua vez, endureceu a sua posição negocial após a notícia, o que levou alguns analistas a temer que o reconhecimento, neste momento, possa prolongar a guerra.
O debate reflete uma divisão profunda na comunidade internacional sobre a melhor forma de avançar para uma solução de dois Estados.
Por um lado, há a visão de que o reconhecimento é um passo simbólico e político necessário para reafirmar os direitos palestinianos e pressionar Israel. Por outro, há o receio de que uma ação descoordenada possa ser contraproducente, fortalecendo posições extremistas e dificultando um acordo de paz negociado. A decisão de Portugal e de outros países europeus será, por isso, um teste à capacidade da diplomacia ocidental de influenciar o desfecho do conflito.