Fome e subnutrição em Gaza ceifam quase 200 vidas, incluindo 96 crianças
A crise humanitária na Faixa de Gaza atingiu um nível alarmante, com o Ministério da Saúde do território a reportar a morte de pelo menos 198 pessoas, incluindo 96 crianças, devido à fome e subnutrição nas últimas semanas. Peritos das Nações Unidas descrevem a situação como uma fome utilizada como “arma de guerra selvagem”, constituindo um crime de direito internacional. Os números foram atualizados após a morte de um menino de dois anos e meio, Roua Mashi, que sucumbiu à desnutrição numa tenda em Khan Yunis, no sul do enclave. A maioria das mortes por falta de alimentos ocorreu recentemente, após meses de bloqueio à ajuda humanitária por parte de Israel. Um grupo de duas dezenas de peritos da ONU, incluindo a relatora para os Territórios Palestinianos Ocupados, Francesca Albanese, exigiu que Israel restabeleça o acesso imediato e sem restrições das agências humanitárias a Gaza. Os especialistas alertaram que mais de 500.000 pessoas, o equivalente a um quarto da população, enfrentam a fome, e 320.000 crianças com menos de cinco anos estão em risco de subnutrição aguda.
A situação é agravada pela destruição quase total das terras aráveis. Um relatório conjunto do Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT) e da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revelou que apenas 1,5% das terras agrícolas em Gaza permanecem em condições de cultivo, o que torna a produção local de alimentos praticamente impossível e a dependência da ajuda externa total.
Em resumoA situação em Gaza deteriorou-se para uma fome generalizada, com um número crescente de mortes, especialmente entre crianças. A crise é atribuída por peritos da ONU e organizações humanitárias ao bloqueio israelita, que impede a entrada de ajuda e destruiu a capacidade agrícola local, sendo condenada como uma violação do direito internacional.
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