Distribuição de ajuda em Gaza classificada como "assassinatos orquestrados" pela MSF
A distribuição de ajuda humanitária em Gaza, coordenada pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG) com o apoio de Israel e dos EUA, está a ser severamente criticada por organizações internacionais. A Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusa a FHG de gerir locais que se tornaram cenários de “assassinatos orquestrados”, onde civis desarmados são violentamente atacados enquanto procuram obter alimentos. Num relatório divulgado a 7 de agosto, a MSF detalha os “horrores testemunhados” em duas das suas clínicas no sul de Gaza, que entre 7 de junho e 24 de julho receberam 1.380 vítimas provenientes dos pontos de distribuição da FHG, incluindo 28 mortos.
Durante este período, a FHG foi a única entidade autorizada a distribuir ajuda no enclave.
As equipas da MSF trataram 71 crianças com ferimentos de bala. A diretora-geral da MSF, Raquel Ayora, declarou: “As crianças foram baleadas no peito enquanto tentavam apanhar comida.
As pessoas foram esmagadas ou sufocadas em debandadas. Multidões inteiras foram baleadas em pontos de distribuição”.
A análise aos ferimentos sugere que as pessoas foram “intencionalmente alvejadas”. Um coordenador da MSF no terreno afirmou que “as pessoas estão a ser abatidas como animais”. Peritos da ONU também criticaram a FHG, afirmando que a sua atuação “levou a uma grave escassez de alimentos e causou a morte de quase 1.400 pessoas que procuravam alimentos”. As autoridades de Gaza corroboram estas denúncias, afirmando que os lançamentos aéreos de ajuda também provocaram a morte de civis, para além de danos materiais.
Em resumoA ajuda humanitária em Gaza, sob a gestão da FHG, é descrita pela Médicos Sem Fronteiras e peritos da ONU como um sistema mortífero que resulta em violência sistemática contra civis. A MSF exige o desmantelamento imediato deste programa e a reposição de um mecanismo de ajuda coordenado pela ONU para evitar mais mortes.
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