Esta declaração representa uma das condenações mais fortes vindas de um alto cargo europeu e reforça os apelos para a imposição de sanções. Numa entrevista ao POLITICO, Teresa Ribera, nomeada por Espanha para o cargo de vice-presidente para a Transição Ecológica, Justa e Competitiva, foi categórica: “Se não é genocídio, assemelha-se muito à definição utilizada para expressar o seu significado”.
A comissária, refletindo a posição crítica do governo espanhol, que reconheceu o Estado da Palestina em maio de 2024, acrescentou que “aquilo que as autoridades israelitas disseram e fizeram vai muito além dos limites do direito internacional” e apelou aos países da UE para que acordem um regime sancionatório contra Telavive. Esta posição surge num contexto em que a Comissão Europeia já propôs a exclusão parcial de Israel de um programa de financiamento de empresas tecnológicas, por receio de que os fundos possam ser canalizados para a ofensiva em Gaza.
A credibilidade da UE junto do Sul Global está em risco devido à aplicação inconsistente do direito internacional, segundo um ex-embaixador europeu na Palestina.
O bloco europeu, que designa o Hamas como uma organização terrorista, tem sido criticado por não fazer o suficiente para travar a crise humanitária, dependendo de avaliações de terceiros por não ter acesso ao terreno.