Organizações agrícolas e a ONU denunciam estas ações como ataques diretos à soberania alimentar e à identidade palestiniana.
Um relatório conjunto do Centro de Satélites das Nações Unidas (UNOSAT) e da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revelou que apenas 1,5% das terras agrícolas na Faixa de Gaza permanecem em condições de cultivo. A análise indica que 86,1% das terras foram completamente destruídas, agravando uma situação que o diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, descreveu como “à beira de uma fome em grande escala”. Na Cisjordânia, o exército israelita destruiu a Unidade de Multiplicação de Sementes do Banco de Sementes da União dos Comités de Trabalho Agrícola (UAWC), em Hebron. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) de Portugal condenou o ato como um “ataque à soberania agrícola palestiniana” e um “ato de apagamento cultural, com o objetivo de quebrar os laços geracionais entre os agricultores e as suas terras”. A UAWC, uma das maiores instituições de desenvolvimento agrícola da Palestina, considerou a destruição um “ataque deliberado” ao património de sementes autóctones. Estas ações são vistas como parte de um esforço sistemático para desmantelar os meios de subsistência das comunidades palestinianas.