Organizações internacionais como a Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciam uma catástrofe sem precedentes, com crianças a serem as principais vítimas.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reportou ter assistido mais de 4.500 pessoas feridas a tiro no sul de Gaza desde maio, enquanto tentavam obter alimentos.
Os incidentes, ocorridos em centros de distribuição controlados pelo exército israelita, resultaram também em cerca de 1.400 mortos, segundo as autoridades locais.
A MSF classificou estes locais como cenários de "assassinatos orquestrados", afirmando que "as pessoas estão a ser abatidas como animais". A fome é usada como "uma arma de guerra selvagem", alertaram peritos da ONU, com o Ministério da Saúde de Gaza a confirmar a morte de pelo menos 198 pessoas por fome e subnutrição, incluindo 96 crianças. A situação é particularmente grave para os mais vulneráveis: estima-se que 50.000 grávidas estejam em risco e 12.000 crianças com menos de cinco anos sofram de desnutrição severa.
O bloqueio israelita impede a entrada de bens essenciais, como incubadoras e leite em pó.
Um psicólogo dos MSF em Gaza, Raúl Manarte, descreveu um cenário de desespero total, afirmando nunca ter observado nada tão violento, com crianças a acreditar que "é Deus que está a castigá-las".














