Médicos e organizações humanitárias denunciam o colapso total do sistema de saúde em Gaza e uma crise de fome que atinge níveis catastróficos. A ofensiva israelita e o bloqueio à ajuda humanitária provocaram a morte de quase 200 pessoas por subnutrição, incluindo dezenas de crianças. Profissionais de saúde no terreno descrevem um cenário desolador, afirmando que "não há sistema de saúde em Gaza". O coordenador médico adjunto dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), Mohammed Abu Mughaisib, lamentou: "Temos de parar de dizer que o sistema de saúde em Gaza entrou em colapso, porque não existe nenhum sistema de saúde em Gaza". Os médicos relatam estar exaustos, a trabalhar sem acesso a comida ou água potável e com uma grave escassez de medicamentos básicos.
"Não estamos a perder vidas apenas devido ao trauma, estamos a perder vidas porque não podemos prestar tratamento básico", denunciou o médico Majed Jaber.
A fome é utilizada como "uma arma de guerra selvagem", segundo peritos da ONU, com mais de 500.000 pessoas a enfrentar uma "situação de fome catastrófica". O Ministério da Saúde de Gaza reportou a morte de pelo menos 198 pessoas, incluindo 96 crianças, por desnutrição nas últimas semanas. A situação é particularmente grave para as mais de 50.000 grávidas no enclave, que enfrentam um risco elevado de aborto espontâneo e de dar à luz bebés subnutridos, devido à falta de acesso a cuidados de saúde e bens essenciais.
Em resumoA situação humanitária em Gaza deteriorou-se para um estado de colapso total, com o sistema de saúde inexistente e a fome a ser usada como arma de guerra. A falta de medicamentos e recursos básicos leva a mortes evitáveis, enquanto a subnutrição severa já vitimou quase 200 pessoas, com um impacto devastador em crianças e grávidas.