Teerão continua a posicionar-se como um ator central no conflito, através do seu apoio a grupos como o Hezbollah e o Hamas, e da sua retórica anti-israelita, ao mesmo tempo que enfrenta acusações de ingerência nos assuntos internos do Líbano. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmail Baghai, declarou que o plano israelita "é mais um sinal claro da intenção manifesta do regime sionista de realizar uma limpeza étnica em Gaza". Esta posição alinha-se com a retórica defendida pelo embaixador iraniano em Lisboa, Majid Tafreshi, que caracterizou o apoio de Teerão a grupos como o Hezbollah e o Hamas como um ato de "autodefesa num território ocupado" e uma luta pela soberania regional. No entanto, o papel do Irão é visto de forma diferente no Líbano, onde o governo de Beirute acusou formalmente Teerão de "ingerência inaceitável" nos seus assuntos internos. A acusação surgiu após um diplomata iraniano ter previsto o fracasso do plano de desarmamento do Hezbollah, aprovado pelo executivo libanês.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês afirmou ser "completamente inaceitável" que as relações bilaterais sejam usadas para "apoiar atores nacionais fora da estrutura do Estado libanês".
Este episódio evidencia a complexa teia de alianças e tensões na região, com o Irão a projetar a sua influência através de grupos aliados, gerando instabilidade e reações adversas dos governos locais que procuram afirmar a sua soberania.














