Organizações humanitárias denunciam que as filas para a distribuição de alimentos em Gaza se tornaram "armadilhas mortais", com milhares de civis feridos a tiro desde maio. A Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras alertam para "assassínios orquestrados" nos pontos de distribuição controlados por Israel. A situação nos pontos de distribuição de ajuda atingiu um nível de violência alarmante. O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) revelou ter assistido mais de 4.500 pessoas com ferimentos de bala no sul de Gaza desde 27 de maio, todas elas atingidas enquanto tentavam obter alimentos. As autoridades locais de Gaza reportam que cerca de 1.400 pessoas foram mortas nestes incidentes. A controvérsia centra-se em grande parte na atuação da Fundação Humanitária de Gaza (FHG), uma entidade privada patrocinada por Israel e pelos Estados Unidos, que assumiu a distribuição de ajuda em maio.
Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) descreveram os centros da FHG como locais de "assassínios orquestrados e desumanização", apelando ao seu encerramento.
A Cruz Vermelha reforçou a denúncia, afirmando ser "inaceitável que pessoas sejam feridas ou mortas enquanto tentam alimentar as famílias".
Apesar de os militares israelitas afirmarem que disparam apenas contra elementos do Hamas, o elevado número de vítimas civis contradiz esta narrativa e levou 25 relatores da ONU a pedir o desmantelamento da FHG, argumentando que a sua atuação resultou numa "grave escassez de alimentos" e na morte de civis.
Em resumoA distribuição de ajuda humanitária em Gaza transformou-se num cenário de violência extrema, com milhares de civis baleados e centenas de mortos enquanto aguardavam por comida. Organizações como a Cruz Vermelha e os MSF acusam as forças israelitas de ataques deliberados, descrevendo os pontos de distribuição como "armadilhas mortais", o que agrava ainda mais a já catastrófica crise humanitária.