Organizações humanitárias e médicos no terreno denunciam o bloqueio israelita como a causa principal da fome, que a ONU descreve como o "pior cenário possível" e que a Save the Children classifica como uma tragédia "totalmente previsível e evitável".

As mortes por desnutrição aumentaram drasticamente nas últimas semanas, uma consequência direta do bloqueio que impediu a entrada de alimentos, medicamentos e combustível durante 11 semanas, entre março e maio. Atualmente, a ajuda que entra é considerada insuficiente, com as organizações a estimarem a necessidade de 500 camiões por dia, enquanto os números oficiais israelitas apontam para uma média de 270.

Médicos em Gaza relatam um colapso total do sistema de saúde, afirmando que "não há sistema de saúde em Gaza".

O médico Majed Jaber descreveu a situação como um "desmantelamento deliberado da vida", onde a falta de recursos básicos obriga a decidir quem recebe tratamento.

A ONG Save the Children questionou de forma contundente a inação global: "Que tipo de mundo construímos para permitir que pelo menos 100 crianças morram de fome enquanto alimentos, água e suprimentos médicos para salvá-las aguardam a poucos quilómetros de distância num posto fronteiriço?". A organização acusa Israel de usar a fome como "método de guerra", o que constitui um crime de guerra.