Mais de 100 antigos eurodeputados, incluindo o ex-alto representante para a diplomacia Josep Borrell e quatro socialistas portugueses, exigiram formalmente à Comissão Europeia a suspensão do acordo de associação com Israel. A carta enviada acusa Israel de cometer um "crime de guerra" ao usar deliberadamente a fome contra a população palestiniana e de violar os direitos humanos fundamentais que sustentam os acordos da União Europeia com países terceiros. Os 110 signatários, entre os quais se encontram os portugueses Maria Belo, Margarida Marques, Jamila Madeira e Ricardo Serrão Santos, argumentam que Israel viola o artigo 2.º do acordo, que se baseia no respeito pelos direitos humanos.
A carta considera que a recente suspensão da participação de empresas israelitas em programas de financiamento da UE, por estarem a ser utilizadas na ocupação e no homicídio de civis, é uma medida insuficiente e tardia. Por essa razão, exigem uma ação mais robusta: a suspensão total do acordo de associação.
Os ex-parlamentares advertem que qualquer decisão contrária a esta não só viola o Tratado da UE, como também torna a União "cúmplice com este crime de guerra". Esta iniciativa representa uma pressão política significativa, vinda de figuras com vasta experiência na política europeia, que procuram forçar a UE a tomar uma posição mais firme contra as ações de Israel em Gaza.
Em resumoUm grupo influente de mais de uma centena de antigos eurodeputados está a pressionar a União Europeia para que adote uma medida drástica contra Israel: a suspensão do seu acordo de associação. A iniciativa baseia-se em graves acusações de crimes de guerra e violações dos direitos humanos em Gaza, argumentando que a inação da UE a torna cúmplice na crise humanitária.