Peeperkorn recordou que, durante um cessar-fogo anterior, entravam entre 400 a 600 camiões diários, aliviando a fome e permitindo reabastecer os hospitais, mas afirmou que "nada disso está a acontecer agora".

Atualmente, metade dos hospitais e um terço dos centros de cuidados primários funcionam de forma muito limitada, com uma lotação que excede em duas a três vezes a capacidade. A escassez é crítica, com "pelo menos 52% dos fármacos e 68% dos fornecimentos esgotados".

Esta crise sanitária é agravada pela fome generalizada.

O psicólogo Raul Manarte, dos Médicos Sem Fronteiras, descreveu a fome como a principal diferença entre a sua visita em novembro de 2024 e julho de 2025, relatando que as crianças fazem sinais a pedir comida assim que as equipas da ONU entram no território. O Ministério da Saúde de Gaza reportou que o número de mortes por desnutrição já ascende a 222, das quais 101 eram menores, incluindo uma criança de 4 anos. A ONU alerta que Gaza enfrenta "o pior cenário possível de fome", com mais de um terço da população a passar dias sem comer.