A escassez de alimentos, água potável e medicamentos, exacerbada pelo bloqueio israelita, resultou num aumento alarmante de mortes por subnutrição, especialmente entre crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Médicos Sem Fronteiras (MSF) descrevem um cenário catastrófico, negando que a ajuda humanitária esteja a entrar nos “níveis necessários”, apesar das promessas israelitas.
Rik Peeperkorn, da OMS, afirmou que metade dos hospitais funciona de forma limitada, com uma lotação que excede em duas a três vezes a capacidade e com mais de 52% dos fármacos essenciais esgotados.
O Ministério da Saúde de Gaza reportou 235 mortes por fome e desnutrição, incluindo 106 crianças.
Em contrapartida, a agência israelita Cogat nega a existência de “subnutrição generalizada”, classificando as denúncias como uma “exploração cínica de imagens trágicas” pelo Hamas.
No terreno, a realidade parece diferente.
Raul Manarte, psicólogo dos MSF, descreveu a fome como a principal diferença desde a sua última missão: “As crianças começam logo a fazer sinal de ‘dá-me de comer’”.
A crise levou 26 países, incluindo Portugal, a emitir um comunicado conjunto denunciando o “sofrimento inimaginável” e exigindo que Israel permita o acesso total e irrestrito da ajuda.
A Itália anunciou uma operação para retirar mais de 30 crianças doentes para tratamento, num esforço para mitigar a tragédia.














