Organizações humanitárias e a ONU alertam que a situação é "totalmente previsível e evitável", atribuindo-a ao bloqueio israelita que restringe a entrada de ajuda.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, pelo menos 251 pessoas morreram de fome, das quais 108 são crianças. A ONG Save The Children criticou a inação global, questionando: "Que tipo de mundo construímos para permitir que pelo menos 100 crianças morram de fome enquanto alimentos, água e suprimentos médicos para salvá-las aguardam a poucos quilómetros de distância num posto fronteiriço?". A organização acusa Israel de usar a fome como "método de guerra", o que constitui um crime de guerra segundo o direito internacional. A crise é atribuída ao bloqueio imposto por Israel, que limita severamente a entrada de bens essenciais.

As organizações humanitárias estimam que seriam necessários no mínimo 500 camiões de ajuda por dia para satisfazer as necessidades da população.

No entanto, os números atuais rondam os 300 camiões diários, segundo dados israelitas, um valor que o governo de Gaza contesta, afirmando ser muito inferior. A situação no terreno é desesperadora, com relatos de que grande parte da carga que entra é saqueada pela população faminta e por grupos armados antes de ser distribuída.

A ONU já tinha alertado para uma "fome generalizada" e uma "catástrofe inimaginável", mas a ajuda continua a entrar a conta-gotas.