A ONU alerta para o risco de desidratação em massa devido à escassez de água potável e às condições precárias nos acampamentos improvisados. A Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) avisou que "com a escassez de água disponível, aumenta a desidratação" e que "não há alívio para o calor extremo" no enclave, onde faltam também eletricidade e combustível.

As temperaturas registadas estão entre oito e nove graus acima da média anual, representando um risco acrescido para doentes e vulneráveis.

A situação é particularmente grave na zona costeira de Mawasi, para onde centenas de milhares de pessoas foram forçadas a deslocar-se. Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), cerca de 425.000 pessoas sobrevivem em tendas nesta área sobrelotada, sem acesso a serviços básicos. Mais de 88% do território de Gaza está sujeito a ordens de deslocação forçada ou transformado em área militarizada. A crise é agravada pelo número alarmante de baixas entre os trabalhadores humanitários. Ramesh Rajasingham, chefe do OCHA, informou o Conselho de Segurança da ONU que "um marco sombrio foi ultrapassado", com mais de 500 trabalhadores humanitários mortos em Gaza desde o início do conflito, o que dificulta ainda mais a prestação de auxílio à população civil desesperada.