A situação humanitária na Faixa de Gaza atingiu níveis desesperados, com o número de mortos a ultrapassar os 62.000 e uma crise de fome catastrófica a afetar mais de dois milhões de pessoas. Organizações internacionais acusam Israel de usar a fome como arma de guerra, enquanto as condições no terreno se deterioram a cada dia. De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, cujos números são considerados fidedignos pela ONU, a guerra já causou 62.122 mortos e 156.758 feridos. A estes números somam-se milhares de desaparecidos e um número crescente de mortes por doenças, infeções e, sobretudo, fome. A ONU declarou que mais de 2,1 milhões de pessoas enfrentam uma “situação de fome catastrófica”, o número mais elevado alguma vez registado pela organização. As mortes por desnutrição são diárias, com mais de 250 casos confirmados, incluindo 108 crianças.
A Amnistia Internacional acusou Israel de levar a cabo uma “campanha deliberada de fome” através do bloqueio à ajuda humanitária. A situação é agravada por uma intensa onda de calor, com temperaturas acima dos 40 graus, que afeta severamente a população deslocada em acampamentos improvisados, sem acesso a água potável ou eletricidade, aumentando os casos de desidratação.
A ajuda humanitária que entra no território é escassa e a sua distribuição é perigosa e ineficaz, com relatos de civis famintos a serem alvejados ao tentar aceder a alimentos. A crise é de tal ordem que uma comissão da ONU e países como a África do Sul acusaram Israel de genocídio e de usar a fome como arma de guerra junto do Tribunal Internacional de Justiça.
Em resumoA Faixa de Gaza vive uma catástrofe humanitária sem precedentes, marcada por um número de mortos devastador e uma fome generalizada que ceifa vidas diariamente. As acusações de que Israel utiliza a fome como arma de guerra intensificam a pressão internacional, mas a ajuda continua a ser insuficiente para evitar o colapso total da população civil.