O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está a promover um plano de “migração voluntária” para a população palestiniana da Faixa de Gaza, que envolve a sua transferência para países terceiros. A proposta, vista por críticos como uma forma de expulsão forçada, gerou forte repúdio da liderança palestiniana, de organizações de direitos humanos e de nações vizinhas como o Egito. Segundo a Associated Press, o plano inclui contactos exploratórios com várias nações, nomeadamente o Sudão do Sul, para acolher até dois milhões de palestinianos em troca de ajuda financeira israelita. Embora negado publicamente, fontes sul-sudanesas confirmaram a existência de conversas preliminares e a intenção de uma delegação israelita visitar o país para avaliar a viabilidade de campos de reassentamento.
O plano é veementemente rejeitado por organizações como a Human Rights Watch, cujo diretor, Omar Shakir, afirmou: “Não há nada de voluntário quando se torna Gaza invivível”.
A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, classificou qualquer deslocamento desta natureza como “ilegal, imoral e irresponsável”, traçando paralelos com a Nakba de 1948.
O Egito, que partilha fronteira com Gaza, considera a proposta uma “linha vermelha” e tem pressionado ativamente outros países a rejeitá-la, temendo um fluxo massivo de refugiados para o seu território e a liquidação da causa palestiniana. A insistência de Netanyahu e de outros ministros do seu governo nesta política, juntamente com a sua recente admissão do conceito de “Grande Israel”, alimenta os receios de que o objetivo final seja o esvaziamento demográfico da Faixa de Gaza.
Em resumoO plano de Israel para a “migração voluntária” de palestinianos de Gaza é amplamente condenado como uma tentativa de limpeza étnica. Apesar da negação oficial, os relatos de negociações com países como o Sudão do Sul e a forte oposição do Egito e de organizações de direitos humanos colocam esta política no centro de uma grave controvérsia internacional.