A par dos bombardeamentos, a população enfrenta uma grave crise de água e um aumento de doenças, exacerbando o sofrimento. Fontes médicas palestinianas relataram a morte de pelo menos 37 pessoas em ataques israelitas nas últimas horas, um padrão diário que elevou o número total de mortos para mais de 62.190.

Uma investigação conjunta do jornal The Guardian e da revista israelita +972 revelou que, até maio, pelo menos 83% dos mortos em Gaza eram civis, uma proporção extremamente elevada para uma guerra moderna.

Para além da violência direta, a crise humanitária aprofunda-se.

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou Israel de "privar deliberadamente" Gaza de água, destruindo infraestruturas hídricas e bloqueando a importação de equipamento para tratamento. Esta escassez de água potável provocou um surto de doenças, com as equipas da MSF a registarem mais de mil consultas semanais por diarreia aquosa aguda e um aumento de doenças de pele como a sarna.

A situação das crianças é particularmente alarmante.

A Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) alertou que a subnutrição infantil triplicou desde março, com o seu chefe, Philippe Lazzarini, a afirmar que, sem uma ação urgente, estas crianças estão "condenadas à morte".