Num desenvolvimento diplomático significativo, delegações da Síria e de Israel mantiveram as primeiras conversações diretas, mediadas pelos Estados Unidos, para discutir o restabelecimento do cessar-fogo de 1974. A reunião visa aliviar as tensões regionais após a queda do regime de Bashar al-Assad e abordar a violência no sul da Síria. O encontro, que ocorreu num contexto de instabilidade regional, focou-se numa "série de questões relacionadas com o reforço da estabilidade na região e no sul da Síria", segundo a agência de notícias síria SANA. As discussões abordaram especificamente a monitorização do cessar-fogo na província de Sweida, palco de recentes violências intercomunitárias entre as comunidades drusa e sunita que levaram a uma intervenção israelita. Um ponto central da agenda foi o regresso ao acordo de retirada de 1974, que estabeleceu uma zona desmilitarizada nos Montes Golã.
Estas conversações representam a primeira interação diplomática direta conhecida entre os dois países, que tecnicamente permanecem em guerra, desde a queda de Bashar al-Assad em dezembro.
Os Estados Unidos desempenharam um papel crucial de mediação, enquadrando os esforços como parte de uma iniciativa para "reforçar a segurança e a estabilidade na Síria e preservar a unidade e a integridade do seu território". Este passo diplomático surge numa altura em que Israel tem realizado centenas de ataques na Síria desde a mudança de regime em Damasco.
Em resumoAs conversações diretas entre a Síria e Israel representam uma rara e importante abertura diplomática num Médio Oriente volátil. Embora focadas em questões de cessar-fogo e estabilidade fronteiriça, estas negociações, se bem-sucedidas, podem criar um precedente para a resolução de conflitos numa região marcada por décadas de hostilidade e desconfiança.