A declaração intensificou os apelos internacionais por um cessar-fogo imediato e acesso humanitário sem restrições.

O relatório do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), um organismo da ONU, indica que mais de meio milhão de pessoas em Gaza, cerca de um quarto da população, enfrenta níveis catastróficos de fome, com risco de morte por desnutrição. A situação levou o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a reiterar o seu apelo por um cessar-fogo, enquanto o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, lembrou que "matar pessoas à fome para fins militares é um crime de guerra". Agências como a UNICEF, a FAO, o PAM e a OMS emitiram um comunicado conjunto afirmando que "a fome deve ser travada a todo o custo" e que a situação poderia ter sido evitada se não fosse "a obstrução sistemática de Israel". O governo local de Gaza reportou que a fome já causou 281 mortes, incluindo 114 crianças.

Contudo, o governo israelita rejeitou veementemente as conclusões.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o relatório como uma "mentira descarada" e "propaganda do Hamas", afirmando que "Israel não tem uma política de fome. Israel tem uma política de prevenção da fome". O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, foi ainda mais taxativo: “Não há fome, nunca houve fome e ninguém morreu de fome em Gaza”.

Telavive atribui a responsabilidade pela escassez ao Hamas, acusando o grupo de roubar sistematicamente a ajuda humanitária para financiar a sua máquina de guerra.