A França, a Alemanha e o Reino Unido, conhecidos como o grupo E3, iniciaram o processo para restabelecer as sanções das Nações Unidas contra o Irão, invocando o incumprimento "claro e deliberadamente" do acordo nuclear de 2015 (JCPOA). Esta decisão ativa o mecanismo de "snapback", abrindo um período de 30 dias para uma potencial solução diplomática antes que as sanções sejam automaticamente reimpostas. A medida surge num contexto de elevada tensão, após o Irão ter expandido significativamente o seu programa nuclear, enriquecendo urânio a 60% de pureza — próximo do nível necessário para armas nucleares — e reduzindo a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
A decisão do E3 foi tomada após negociações em Genebra terem sido consideradas insuficientes.
O Irão reagiu com veemência, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, a acusar os países europeus de agirem "em nome de Israel e dos Estados Unidos" e de "recompensar o agressor e punir a vítima", numa referência à guerra de 12 dias em junho, durante a qual instalações nucleares iranianas foram bombardeadas. Teerão avisou que a reimposição de sanções "terá graves consequências negativas para a diplomacia" e colocará "seriamente em risco" a cooperação com a AIEA. O E3, por sua vez, insiste que a porta para a diplomacia permanece aberta, mas que "a escalada nuclear do Irão não deve prosseguir".
A reativação das sanções isolaria ainda mais o Irão e impactaria severamente a sua economia, já fragilizada.
Em resumoA ativação do mecanismo de sanções pelo E3 marca um momento crítico nas relações com o Irão, aumentando a pressão sobre Teerão para regressar ao cumprimento do acordo nuclear. Enquanto os europeus mantêm uma janela para a diplomacia, a resposta iraniana indica um aprofundamento da crise, com potenciais consequências para a estabilidade regional e a não proliferação nuclear.