A violência na Cisjordânia ocupada intensificou-se drasticamente desde o início da guerra em Gaza, com um aumento de operações militares israelitas e ataques de colonos que resultaram na morte de centenas de palestinianos. A situação atingiu um ponto crítico com a apresentação de uma queixa por crimes de guerra contra um alto comandante israelita por parte de uma organização de direitos civis de Israel. A Associação pelos Direitos Civis em Israel (ACRI) formalizou uma queixa contra o major-general Avi Bluth, comandante da Região Militar Central, por ordenar o que a organização considera ser uma "punição coletiva".
A queixa baseia-se num vídeo onde Bluth afirma que, após um ataque palestiniano, a aldeia de Al Mughayir pagaria "um preço elevado", incluindo "operações de modelação da paisagem".
Nos dias seguintes, escavadoras do exército arrancaram cerca de 3.100 oliveiras na aldeia.
O exército justificou a ação como uma medida para "melhorar as defesas" e a visibilidade na área. Para além deste incidente, as forças israelitas realizaram uma incursão de larga escala na cidade de Nablus, que resultou em 36 feridos, e outra em Ramallah, com 58 feridos.
Estas operações, descritas por Israel como atividades contra o terrorismo, são vistas pelos palestinianos como parte de uma campanha contínua de repressão. Desde outubro de 2023, pelo menos 972 palestinianos foram mortos na Cisjordânia por soldados ou colonos israelitas, num ciclo de violência que agrava a instabilidade na região.
Em resumoA escalada de violência na Cisjordânia, marcada por operações militares agressivas e pela destruição de propriedade palestiniana, está a gerar acusações de punição coletiva e crimes de guerra. A queixa contra um general israelita por uma ONG do próprio país sublinha a gravidade da situação e a crescente preocupação com as violações dos direitos humanos no território ocupado.