A tensão aumenta com a renovação do mandato da missão da ONU (FINUL) pela última vez, prevendo a sua retirada a partir de 2026. O Conselho de Ministros libanês encarregou o exército de preparar um roteiro para o desarmamento do Hezbollah até ao final do ano.

No entanto, o grupo, através do seu secretário-geral adjunto, Naim Qassem, declarou firmemente: "Não deporemos as armas que nos protegem do inimigo".

O grupo considera a decisão do governo uma resposta aos "ditames de Israel e dos Estados Unidos" e propõe um diálogo nacional. O presidente do parlamento, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, afirmou que o Líbano está "aberto a discutir o destino destas armas (...) no quadro de um diálogo calmo e consensual", rejeitando a pressão dos EUA. Esta disputa interna ocorre enquanto Israel continua a realizar ataques aéreos quase diários contra o que afirma serem infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano, apesar do cessar-fogo em vigor desde novembro.

A situação é agravada pela decisão do Conselho de Segurança da ONU de renovar o mandato da FINUL apenas até ao final de 2026. Israel saudou a decisão, acusando a missão de não ter conseguido impedir o Hezbollah de controlar a região. A recusa do Hezbollah em desarmar-se e a contínua ação militar israelita mantêm a fronteira numa situação de extrema fragilidade.