A declaração gerou uma forte controvérsia diplomática, com Israel e os Estados Unidos a rejeitarem as conclusões.

A confirmação da fome foi feita pelo Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC), um organismo da ONU que monitoriza a segurança alimentar a nível global. O relatório surge num contexto em que o Ministério da Saúde de Gaza reporta mais de 300 mortes por desnutrição e fome, a maioria crianças. A diretora-executiva da Save the Children, Inger Ashing, descreveu um cenário desolador em que as crianças estão a ser "sistematicamente mortas à fome" e "não têm forças para chorar".

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, exigiu o fim de "mentiras", "desculpas" e "obstáculos" à entrada de ajuda, afirmando que "a fome da população civil nunca deve ser utilizada como método de guerra".

No entanto, Israel e os Estados Unidos contestaram a validade do relatório.

O governo israelita exigiu a sua retirada imediata, acusando o IPC de ser uma "instituição de investigação politizada" e de ter "fabricado" o documento para "demonizar" Telavive.

A embaixadora dos EUA na ONU, Dorothy Shea, embora reconhecendo um "problema real de fome", afirmou que os critérios usados pela ONU "não passam no teste".

Esta posição isolou Washington no Conselho de Segurança, onde 14 dos 15 membros emitiram uma declaração de apoio ao relatório do IPC.