O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou a existência de negociações com as novas autoridades sírias para a criação de uma zona desmilitarizada no sul da Síria. As conversações, que decorrem com mediação norte-americana, representam uma mudança diplomática significativa após a queda do regime de Bashar al-Assad. Num discurso perante representantes da comunidade drusa, Netanyahu revelou que as discussões estão a decorrer "neste preciso momento" e focam-se em três objetivos principais: "proteger a comunidade drusa na província de Sweida", "criar uma zona desmilitarizada que se estenda dos Montes Golã até ao sul de Damasco" e "estabelecer um corredor humanitário para permitir a entrega de ajuda". Esta é a primeira vez que o líder israelita confirma conversações com o novo poder em Damasco, que tomou o controlo do país em dezembro de 2024.
As negociações contam com mediação internacional, tendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês confirmado uma reunião em Paris entre os chefes da diplomacia síria e israelita.
A iniciativa surge num contexto de instabilidade na Síria, com episódios de violência sectária envolvendo a minoria drusa, que Israel se propôs a proteger. Israel e a Síria estão tecnicamente em guerra há décadas, mas as novas autoridades sírias têm manifestado a intenção de não procurar um conflito.
A criação desta zona desmilitarizada poderá alterar profundamente a dinâmica de segurança na fronteira norte de Israel, onde uma zona-tampão supervisionada pela ONU já existe desde 1974.
Em resumoA confirmação por Benjamin Netanyahu de negociações com a nova liderança síria para uma zona desmilitarizada marca um realinhamento geopolítico. Com mediação dos EUA, os diálogos visam proteger a minoria drusa e estabilizar a fronteira, refletindo uma nova dinâmica regional após a queda do regime de Assad, embora as ações militares de Israel na região continuem a ser uma fonte de tensão.