Israel está a reter mais de dois mil milhões de dólares em receitas fiscais devidas à Autoridade Palestiniana, uma medida que, segundo a ONU, representa uma "grave ameaça" à economia palestiniana e à viabilidade das suas instituições. O coordenador das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Ramiz Alakbarov, informou o Conselho de Segurança que, desde maio, Israel não transferiu quaisquer verbas relativas aos impostos aduaneiros que cobra em nome da Autoridade Palestiniana. Este mecanismo, estabelecido pelos Acordos de Oslo de 1994, é uma fonte de financiamento crucial para o orçamento palestiniano. Após os ataques de 7 de outubro de 2023, Israel começou a reter parcial ou totalmente estas receitas, alegando que se recusa a transferir fundos que poderiam beneficiar o Hamas.
No entanto, a decisão está a ter um impacto devastador na Cisjordânia, administrada pela Autoridade Palestiniana, que se encontra formalmente separada do Hamas.
A falta de liquidez está a comprometer o pagamento de salários a funcionários públicos, o funcionamento de serviços essenciais e a estabilidade do sistema bancário. Alakbarov alertou que a situação, se não for resolvida com urgência, "poderá pôr em causa a viabilidade da Autoridade Palestiniana", aumentando o risco de um colapso institucional e de maior instabilidade social e política num território já fragilizado por décadas de ocupação e conflito.
Em resumoA retenção por parte de Israel de mais de dois mil milhões de dólares em receitas fiscais palestinianas está a asfixiar a economia da Cisjordânia. A ONU alertou que esta ação viola os Acordos de Oslo e ameaça a própria existência da Autoridade Palestiniana, comprometendo o pagamento de salários e a prestação de serviços básicos.