Enquanto alguns países defendem o direito de Israel à autodefesa, outros exigem o fim da impunidade e a responsabilização pelos crimes cometidos.

A comissária europeia espanhola, Teresa Ribera, tornou-se o primeiro membro do executivo da UE a classificar a situação em Gaza como "genocídio", lamentando a "incapacidade da Europa para agir e falar a uma só voz". A sua declaração gerou uma reação imediata do governo israelita, que a considerou "totalmente inaceitável" e uma repetição da "propaganda do Hamas".

A Comissão Europeia distanciou-se, afirmando que a qualificação de genocídio compete aos tribunais e não ao colégio de comissários.

A controvérsia reflete a divisão dentro da UE, com países como a Alemanha a insistirem no direito de Israel à defesa, enquanto outros, como a Espanha, denunciam a situação.

Esta divisão tem paralisado qualquer ação europeia concertada.

A acusação ganhou mais peso com a Associação Internacional de Académicos do Genocídio (IAGS), a maior organização de especialistas na área, que concluiu que "as políticas e ações de Israel em Gaza correspondem à definição legal de genocídio". Em paralelo, mais de 40 especialistas e relatores da ONU pediram uma reunião de emergência da Assembleia-Geral para discutir o "genocídio e à fome deliberada em Gaza", reforçando a pressão internacional sobre Israel.