As forças armadas israelitas ordenaram a evacuação completa e imediata de toda a Cidade de Gaza, intensificando uma crise humanitária já declarada como catastrófica por agências internacionais e pelo Ministério da Saúde local. A diretiva, emitida pelo porta-voz do exército Avichay Adraee, insta o cerca de um milhão de residentes e deslocados na cidade a dirigirem-se para uma "zona humanitária" em Al Mawasi, no sul do enclave, uma área já sobrelotada e com condições precárias. A ordem surge como prelúdio a uma ofensiva terrestre de grande escala, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a declarar que os ataques a edifícios altos são "apenas uma introdução" à operação principal.
A ONU e outras organizações humanitárias alertam para as consequências devastadoras desta deslocação forçada.
Philippe Lazzarini, da UNRWA, descreveu a situação de forma contundente, afirmando que "Gaza está a ser arrasada, reduzida a escombros" e se tornou "um vasto campo de concentração para palestinianos famintos e desesperados". O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, fez um apelo desesperado à "proteção imediata" dos hospitais e equipas médicas, alertando para o colapso do sistema de saúde. Com mais de 64.500 mortos desde o início do conflito, segundo dados considerados fiáveis pela ONU, e uma situação de fome oficialmente declarada no norte, esta nova fase da ofensiva ameaça aprofundar o sofrimento de uma população civil encurralada, para a qual, como lamentou Lazzarini, "não há lugar seguro na Faixa de Gaza".
Em resumoA ordem de evacuação total da Cidade de Gaza por parte de Israel representa uma escalada dramática da crise humanitária, forçando uma deslocação em massa de civis para áreas já sobrelotadas e sem condições. A medida, precursora de uma grande ofensiva terrestre, foi recebida com alarmes da ONU sobre o iminente desastre humanitário e o colapso dos serviços essenciais.