A crise humanitária em Gaza atingiu um ponto crítico, com a ONU a declarar oficialmente a fome no norte do enclave e agências como a UNICEF e a OMS a denunciarem níveis alarmantes de subnutrição infantil e mortes por inanição. Em agosto, a ONU declarou pela primeira vez uma situação de fome no Médio Oriente, focada no norte de Gaza, embora Israel negue a sua existência. Os dados da UNICEF são alarmantes: a percentagem de crianças com subnutrição aguda aumentou para 13,5% em agosto, atingindo 19% na Cidade de Gaza. A diretora-executiva da UNICEF, Catherine Russell, afirmou que "uma em cada cinco crianças na Cidade de Gaza foi diagnosticada com subnutrição aguda". As autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas, reportaram 411 mortes por fome e subnutrição, incluindo 142 crianças.
A situação é agravada pela ofensiva militar, que forçou o encerramento de centros nutricionais. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou a utilização da fome como arma de guerra como "um crime de guerra que nunca poderá ser tolerado" e alertou que a catástrofe "não tornará Israel mais seguro nem facilitará a libertação de reféns". A vice-presidente da Comissão Europeia, Teresa Ribera, foi mais longe, classificando a situação como um "genocídio", lamentando a inação da Europa.
A porta-voz da UNICEF, Tess Ingran, descreveu a Cidade de Gaza como "uma cidade de medo, fuga e funerais", onde "a infância não pode sobreviver" e "o impensável já está a acontecer".
Em resumoA situação em Gaza é catastrófica, com a fome oficialmente declarada pela ONU e taxas de subnutrição infantil a aumentar vertiginosamente. Organizações internacionais acusam Israel de usar a fome como arma de guerra, resultando em centenas de mortes evitáveis.