Esta estimativa chocante intensifica as acusações de que Israel está a cometer um genocídio na Faixa de Gaza. Durante uma conferência de imprensa, Albanese declarou que “devemos começar a pensar em 680 mil, porque este é o número que alguns académicos e investigadores apontam como a verdadeira cifra de mortos em Gaza”. A relatora explicou que esta estimativa se baseia em cálculos científicos que têm em conta o nível de destruição no território e o número de pessoas que aparentam ainda viver ali.

O impacto sobre as crianças seria particularmente devastador: “Se este número se confirmar, 380 mil serão crianças com menos de 5 anos”, sublinhou. Esta perspetiva alinha-se com as conclusões de um relatório da Comissão de Inquérito das Nações Unidas, que afirma claramente que “Israel está a cometer Genocídio na Faixa de Gaza”. Albanese, uma das primeiras figuras públicas a usar o termo, acrescentou que, devido à intensidade dos bombardeamentos, “levará anos a verificar o número verdadeiro de vítimas e a recuperar os restos mortais desta catástrofe, como aconteceu na Bósnia”. Descreveu também o uso por parte de Israel de “armas não convencionais que nunca se tinha visto”, que destroem bairros inteiros, como parte de um plano de “limpeza étnica” antes de uma possível ofensiva na Cisjordânia.