Teerão afirma que não cederá a pressões, mesmo enquanto assina um novo acordo de acesso com a agência.

O chefe da Organização de Energia Atómica do Irão, Mohamed Eslami, questionou o valor das garantias de segurança da AIEA “quando as instalações nucleares sob a sua segurança podem ser atacadas impunemente”. Esta declaração surge na sequência de bombardeamentos norte-americanos em junho contra três instalações nucleares iranianas — Fordo, Natanz e Isfahan — e de uma ofensiva militar israelita anterior.

Eslami assegurou que Teerão “não cederá às pressões nem comprometerá os seus direitos”, embora tenha reconhecido que o Conselho de Governadores da AIEA e o Conselho de Segurança da ONU mostraram preocupação. O Irão acusou também o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, de “obscurecer a verdade” com um “relatório tendencioso” que foi instrumentalizado pelo E3 (Reino Unido, França e Alemanha) e pelos EUA. Paradoxalmente, o Conselho Supremo de Segurança do Irão deu luz verde a um novo acordo com a AIEA, permitindo o acesso total às suas instalações, mas avisou que “qualquer ação hostil”, como a reativação de sanções, levará à “suspensão da implementação destes acordos”.

Este complexo cenário diplomático mantém-se enquanto o Irão apela aos países islâmicos para que tomem medidas concretas contra Israel.