As forças israelitas intensificaram a sua ofensiva militar na Cidade de Gaza, com uma incursão terrestre e bombardeamentos contínuos que resultaram na destruição generalizada de infraestruturas e numa nova vaga de deslocação forçada da população civil. A operação, que visa eliminar os últimos redutos do Hamas, transformou a maior cidade do enclave numa “zona de combate perigosa”. O avanço das tropas e tanques israelitas para o interior da cidade é apoiado por ataques aéreos e de artilharia que, segundo o exército, atingiram mais de 150 alvos em dois dias, incluindo edifícios altos e instalações de produção de armamento. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que “Gaza está em chamas” e que as forças armadas estão a “atacar com punho de ferro”.
Em resposta à iminente operação terrestre, Israel ordenou a evacuação da população para sul, abrindo corredores temporários como a estrada Salah al-Din.
No entanto, o êxodo tem sido caótico, com as rotas congestionadas e os custos de transporte a tornarem-se proibitivos para muitas famílias, que se veem forçadas a fugir a pé. A ONU estima que centenas de milhares de pessoas já abandonaram a cidade desde agosto, mas as autoridades do Hamas indicam que cerca de 900 mil ainda permanecem no norte. A situação é agravada pelo corte generalizado dos serviços de Internet e telemóvel em toda a Faixa de Gaza, que, segundo organizações de direitos humanos, deixou cerca de 800 mil palestinianos “completamente isolados” e sem acesso a informação vital. O coordenador israelita para os reféns, Gal Hirsch, admitiu que a presença de reféns em Gaza complica a operação, que poderia decorrer “muito mais rapidamente” se não fosse esse fator, reconhecendo que os cativos “estão em perigo”.
Em resumoA ofensiva israelita na Cidade de Gaza representa uma nova fase devastadora do conflito, marcada pela deslocação massiva de civis, destruição de infraestruturas e um apagão de comunicações que isola a população. A operação militar, justificada por Israel como necessária para derrotar o Hamas e libertar reféns, agrava drasticamente a crise humanitária no enclave.