Organizações internacionais como a OMS e a UNICEF alertam para o impacto devastador da ofensiva israelita sobre a população civil, que enfrenta uma escolha impossível entre fugir para zonas sobrelotadas ou permanecer sob bombardeamentos.
O Ministério da Saúde de Gaza, cujos dados são considerados fiáveis pela ONU, atualizou o balanço de vítimas para mais de 65.200 mortos e 165.697 feridos, sendo que mulheres e crianças representam cerca de metade das vítimas. A situação é agravada pela fome, que a ONU declarou oficialmente no norte de Gaza em agosto, o primeiro caso do género no Médio Oriente. A UNICEF reportou que mais de 10.000 crianças na Cidade de Gaza sofrem de subnutrição aguda, um número que tende a agravar-se com o encerramento forçado de centros de alimentação devido à escalada militar. O sistema de saúde está em ruínas.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que os hospitais estão “à beira do colapso”, com a violência a impedir o acesso e a entrega de mantimentos vitais.
Um exemplo da precariedade é o bombardeamento do Hospital Pediátrico Al-Rantisi, o único especializado na Cidade de Gaza, que foi atacado enquanto tratava 80 doentes.
A Cáritas Internacional e mais de 40 organizações humanitárias descreveram a ofensiva como uma “sentença de morte” para a população, denunciando que Israel está a “obstruir deliberadamente as operações humanitárias”.
O Papa Leão XIV também se pronunciou, manifestando “profunda solidariedade” com o povo de Gaza, que sobrevive em “condições inaceitáveis”.












