Esta abertura representa uma mudança geopolítica relevante no Médio Oriente, com potencial para redefinir alianças e estabilizar uma das fronteiras mais tensas da região.

O presidente de transição, Ahmed al-Sharaa, que chegou ao poder após a queda de Assad em dezembro de 2024, viajou para Nova Iorque para discursar na ONU, um marco histórico, já que será o primeiro líder sírio a fazê-lo desde 1967.

Desde a sua ascensão, Al-Sharaa tem procurado legitimar o seu governo, encontrando-se com líderes como Donald Trump e Emmanuel Macron.

Paralelamente, a Síria reabriu a sua embaixada em Washington, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Assaad al-Chaibani, a declarar que “a Síria está de volta”.

O desenvolvimento mais surpreendente é o diálogo com Israel.

Apesar de tecnicamente ainda estarem em estado de guerra, representantes dos dois países já se reuniram várias vezes.

O objetivo principal é alcançar um acordo de segurança, apoiado pelos Estados Unidos e pela Jordânia, para estabilizar o sul da Síria, uma região marcada por violência intercomunitária.

Telavive exige a desmilitarização da zona fronteiriça.

Fontes do ministério sírio indicaram que “há progressos nas negociações com Israel” e que poderão ser concluídos acordos militares e de segurança até ao final do ano.

Esta aproximação ocorre num contexto em que os EUA já levantaram a maioria das sanções impostas durante o regime de Assad, sinalizando um apoio tácito à nova liderança síria.